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Atividades de Pesquisa

Bolsas de Iniciação Cientifica

A UFLA tem uma forte tradição na captação de bolsas de Iniciação Científica, principalmente por meio de agências públicas e fomento à pesquisa e, em menor escala, a partir de projetos com a iniciativa privada. A tabela 7 mostra a captação de bolsas de IC nos últimos anos, de acordo com a agência de fomento mantenedora. Observa-se um incremento do número de bolsas a longo dos anos analisados, com forte aumento no ano de 2005. Desde esse ano a universidade vem negociando com as agências um aumento na proporção de bolsas e a implantação de novas modalidades, como é o caso da bolsa BIC-Junior, destinada a alunos da rede pública de ensino médio da região. No ano de 2007 a UFLA recebeu do CNPq o prêmio “destaque do ano na Iniciação Científica” por ter sido a universidade no país que proporcionalmente mais absorveu egressos de IC em Programas de Pós-Graduação da Instituição.

TABELA 7 – Quadro de bolsistas de iniciação cientifica da Universidade referente ao período de 2000 a 2005 e respectivas agencias financiadoras.

Órgão Financiador 2000 2001 2002 2003 2004 2005 total
PROBIC/FAPEMIG 35 35 45 45 54 60 274
FAPEMIG Balcão 16 14 9 18 11 30 98
PIBIC/CNPq 164 165 140 140 140 150 899
CNPq Balcão 40 42 44 36 48 71 281
BIC-Júnior CNPQ 22 43 65
Total 255 256 238 239 275 354 1.617

 

Iniciação Cientifica Voluntária

No início do ano de 2004, impulsionado pela reforma curricular dos cursos de graduação e pela alta demanda de alunos por participação em atividades de pesquisa (PRP), foi criado na UFLA o Programa de Iniciação Científica Voluntária, gerenciado pela Pró-Reitoria de Pesquisa. O programa consiste na indicação de alunos de graduação (com rendimento acadêmico mínimo determinado) por parte do professor orientador e posterior avaliação e seleção do aluno pela PRP. O aluno ingresso no programa cumpre todas as atividades previstas para bolsistas de IC (carga horária semanal de 20 horas, apresentação de projeto e de relatório da pesquisa e apresentação de trabalho no evento anual de IC da universidade) e recebe da PRP o certificado de atividade de IC, com periodicidade anual. Como pode ser observado na tabela 8 a maioria dos departamentos didático-científicos da UFLA desenvolveu atividade de IC voluntária. Entre os anos de 2004 e 2006 181 estudantes participaram do programa. Isso demonstra que ainda há uma demanda por bolsas na universidade e que os esforços por captação e incremento das cotas atuais devem ser continuados. O aumento da produção científica global da UFLA nos últimos anos deve continuar a estimular os alunos ao envolvimento em atividades de pesquisa.

TABELA 8 – Dados quantitativos do Programa de  Iniciação  Cientifica Voluntária  da Universidade por departamento.

Departamento

2004

2005

2006

total

Administração Economia

1

1

0

2

Agricultura

2

1

1

4

Biologia

0

13

1

14

Ciência da Computação

2

4

1

7

Ciência dos Alimentos

2

7

4

13

Ciência do Solo

0

2

1

3

Ciências Exatas

0

3

1

4

Ciências Florestais

2

1

0

3

Engenharia

2

0

3

5

Entomologia

4

2

1

7

Fitopatologia

1

1

0

2

Medicina Veterinária

2

7

2

11

Química

0

1

8

9

Zootecnia

4

1

2

7

Total por ano

22

44

25

91


Produção científica da Ufla

A universidade possui forte tradição na produção científica, nos quase 100 anos de existência, inclusive com a publicação de alguns periódicos científicos de circulação nacional. Nos últimos anos o impacto da produção científica da UFLA é um dos fortes vetores para o aumento paulatino da captação de recursos para pesquisa junto às agências de fomento, como demonstrado anteriormente. Contudo, a instituição ainda tem entraves técnicos que dificultam a recuperação e quantificação de toda a publicação científica originada ou vinculada a UFLA. Todos os docentes da instituição preparam a cada semestre um relatório de atividades, onde deve constar, dentre outras informações, todas a publicação científica associada ao professor no período.  Tais relatórios ainda são preenchidos em planilhas de Microsoft Excel, e armazenados nos departamentos didático-científicos sem que haja a estrutura de um banco de dados capaz de quantificar a produção, bem como realizar buscas com filtros básicos, como palavra-chave, ano de publicação, autores etc. Desse modo a instituição, apesar de verificar periodicamente a produção do corpo docente, ainda não possui ferramentas para o agrupamento e manipulação desses dados.

Embora a UFLA faça uso do sistema Lattes Institucional, ferramenta desenvolvida pelo CNPq, existe uma limitação intrínseca em tais dados, uma vez que a atualização dos currículos por parte dos professores da instituição é voluntária e só pode ser verificada quanto à data de atualização, e não pela real atualidade do conteúdo dos currículos. No ano de 2005 uma dissertação de mestrado foi conduzida na UFLA para a determinação do perfil do pesquisador e da publicação científica da instituição, tendo por base a plataforma Lattes Institucional e utilizando ferramentas computacionais avançadas, como o Data Mining (Cardoso, 2005). De um universo inicial de 575 currículos registrados no Lattes como sendo de servidores da UFLA somente 55 (em torno de 10%) puderam ser considerados nesse estudo. Os demais currículos apresentavam inconsistências de preenchimento que limitavam as análises realizadas.

Mediante esse quadro a análise global da produção científica da Ufla, principalmente no quesito publicação, ainda é fortemente limitada pela ausência de um sistema informatizado capaz de prover o gerenciamento de informações institucionais.

Até o ano de 2003 a Pró-Reitoria de Pós-Graduação coordenou ações para o desenvolvimento de um sistema informatizado de gerenciamento das principais atividades administrativas e de recursos humanos, denominado RAD (Registro de Atividades Docentes).  Este seria o embrião de um banco de dados único para o gerenciamento institucional. Parte do RAD foi concluída, mas somente a Pró-Reitoria de Pesquisa utiliza o sistema, para o registro via Internet, de projetos de pesquisa desenvolvidos por docentes.

Outro Aspecto relevante para a evolução qualitativa da produção científica da universidade é a publicação de artigos científicos em língua inglesa, o que pode ser feito tanto em periódicos científicos nacionais quanto internacionais. Nos últimos anos a avaliação de Programas de Pós-Graduação pela CAPES vem dando importância ao impacto científico (chamado fator de impacto) das publicações brasileiras, com forte sinalização, para a área de avaliação de Ciências Agrárias, de que esse índice será utilizado como um dos critérios para a conceituação dos cursos. Nesse âmbito torna-se estratégico para a Ufla o fomento da internacionalização de suas publicações. O plano de metas da atual gestão da PRP prevê a estimulação da publicação internacional, com aumento estimado anual de 20%. Contudo a Ufla ainda não estabeleceu ações para o estimulo de tal publicação, como o pagamento de custos de tradução de artigos para a língua inglesa. Na pesquisa feita entre os professores da instituição (gráfico 17.4, anexo 1) somente 21% dos respondentes consideraram o apoio para a publicação de artigos em periódicos pagos ou que exigem idioma inglês como satisfatório (com conceitos ótimo, muito bom ou bom). Recomenda-se, portanto a implantação definitiva de sistemas de incentivo e financiamento de tal atividade. Vale ressaltar que a partir do ano de 2005 a FAPEMIG passou a custear a taxa de publicação em periódicos de indexados, mas tal fomento não custeia a tradução e/ou revisão de idioma do artigo a ser publicado.


 

Proteção intelectual

A proteção intelectual de conhecimentos produzidos pela universidade é uma das maneiras mais seguras de garantir a continuidade do caráter público do bem desenvolvido e o seu efetivo retorno para a sociedade, como mantenedora principal do processo. Nas universidades brasileiras a cultura da proteção intelectual ainda é uma prática incipiente e que precisa ser fomentada para a consolidação de uma sociedade tecnológica. A Ufla, apesar de ser uma instituição antiga e com ligação histórica ao setor do agronegócio no país, não possui tradição na geração de patentes e de outras formas de proteção intelectual. Contudo, desde o ano de 2004, houve uma verdadeira mobilização institucional para a modificação desse quadro. A Pró-Reitoria de Pesquisa vem desenvolvendo diversas ações concretas, como o estabelecimento de uma comissão permanente de proteção intelectual, realização de cursos para professores (em parceria com a FAPEMIG e universidades como UFMG e UFV) sobre procedimentos de proteção intelectual, bem como o desenvolvimento de um “portfolio” de patentes da UFLA, seja de proteções estabelecidas ou de pedidos de patentes, como discriminado:

  • PI 0301926-8 – Uso do Bio-speckle Laser como Quantificador da Atividade Biológica – Medidor de Umidade, Identificador de Fungos em Sementes e Quantificador de Atividade em Sêmen Animal ou Humano.
  • PI 0401519-3 – Método Implementado em Microcomputador para Captura e Processamento de Imagem do Bio-speckle Laser e Uso.
  • PI 0405890-9 – Produção de Carvão a partir de Resíduos de Couro WET BLUE.
  • PI 0406274-4 – Processo de Identificação, Preservação e Utilização do Fungo Cladosporium cladosporioides (Fres.) de Vries como Bioprotetor de Grãos de Café e Produtor de Enzimas.
  • PI 0501499-9 – Tubetes de Cera: Processo de Produção e Alternativa Biodegradável para Produção de Mudas.
  • PI 0502449-8 – Produção de Carvão Ativado a partir de Grãos de Café.
  • PI 0505947-0 – Processo de Propagação Vegetativa de Cafeeiros (Coffea arabica L.) por Meio de Estacas Caulinares.
  • PI 0601762-2 – Produção de Novas Resinas Adsorventes a partir de Resíduos de Poliestireno
  • Prot. 220604167501 – Formulação para Indução de Resistência em Plantas à base de extrato vegetal obtido de folhas do cafeeiro

Além da questão de patentes foram protegidos dois softwares (ADAV – Atlas de Anatomia Veterinária e SISVAR – Sistema de Análise de Variância), quatro marcas (Café UFLA, BiosBrasil, Inventário Florestal de Minas e SISVAR) e um direito autoral. No ano de 2006 a PRP lançou um edital específico para fomento de inovação tecnológica na universidade (valor de R$ 30.000,00 por projeto) e com financiamento da FINEP está sendo estabelecido o NINTEC – Núcleo de Inovação Tecnológica, que dará apoio institucional aos pesquisadores em todas as etapas de relacionadas ao processo, desde a captação de recursos à negociação de comercialização de patentes. Ainda, ações da PRP como o lançamento de edital para financiamento de Estudos de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTECA), tem estimulado diversos grupos de pesquisa da instituição a sistematizar informações para obtenção de proteção intelectual e inserção futura no mercado.


 

Infra-estrutura para a pesquisa

A Ufla possui diversos laboratórios de pesquisa, com estrutura financiada principalmente pela captação de recursos em agências de fomento, como demonstrado em item anterior. Além de tal captação a PRP, nas últimas gestões da universidade, tem-se investido na estruturação dos Laboratórios Centrais Multiusuário, com tecnologia de ponta e com equipamentos de grande porte permitindo o uso compartilhado por diferentes equipes de pesquisa da Universidade, bem como de outras instituições. Essa estratégia tem favorecido o aumento do nível tecnológico empregado na pesquisa, e deve estimular a maior internacionalização da publicação científica da UFLA. Já foram implantados o Laboratório Central de Biologia Molecular, Laboratório Central de Microscopia Eletrônica e Análise Ultra-estrutural, Laboratório Central de Análise e Prospecção Química, Laboratório Central de Química Ambiental e Laboratório Central de Computação Científica. Em 2005 foram obtidos recursos para a implantação de outros três, a saber, Complexo Central de Fitoquímicos, Laboratório Central em Qualidade e Segurança Alimentar e Laboratório Central de Pesquisa em Sementes.

No questionário de avaliação institucional aplicado aos professores 71% consideraram como adequada (conceitos ótimo, muito bom e bom, gráfico 17.2, anexo 1) a estrutura disponível na instituição para as atividades de pesquisa. Ainda, 86% dos professores também consideraram como adequada, de modo geral, as atividades de pesquisa desenvolvidas na Ufla (gráfico 17.1, anexo 1). Esse resultado mostra claramente a confiança do corpo docente quanto ao desenvolvimento da pesquisa na instituição.


 

O PDI e o PPI da UFLA consideram a pesquisa como atividade estratégica imprescindível para o desenvolvimento da universidade. As principais metas para a pesquisa na UFLA são apresentadas no PPI. A tabela 5 sumariza as propostas e projeções para cada item.

TABELA 5 – Projeções e expectativas de crescimento delineado pelo plano de metas da Pró-Reitoria de Pesquisa.

Quesito Projeções e expectativas de crescimento
Pleito de projetos (numero e valor)

↑ 15% ano

Infra-estrutura

2 novos laboratórios em media/ano

Desenvolvimento de Grupos de pesquisa

↑ 5% media/ano

Numero de bolsas de iniciação cientifica

↑ 10% o ano

Publicações (artigos e resumos em congressos)

 15%  ano

Bolsas de Iniciação Cientifica Junior

↑ 20% ano

Captação de apoio financeiro para projetos aptos a transferência de tecnologia

Mínimo de 12 projetos ano

Publicações da Editora UFLA (livros técnico- científicos)

10 media/ano

Publicações em periódicos internacionais

↑ 20% ano

Bolsas  de Produtividade em Pesquisa

↑ 10% ano

Muitos das projeções apresentadas seguem a tendência de crescimento apresentada em anos anteriores, mas com a característica marcante de aceleração na evolução dos índices. É o caso do pleito e captação de projetos de pesquisa em agências de fomento. A tabela 6 mostra a captação de recursos em agências de fomento nos anos de 2004 e 2005, bem como a projeção de demanda apresentada em 2006. Como pode ser observado a UFLA apresenta uma tendência de forte ampliação dos recursos captados. Deve-se considerar ainda que a ampliação dos cursos de mestrado e doutorado na instituição, bem como a contratação de novos docentes com título de doutor no ano de 2006, poderão imprimir uma tendência mais acentuada de crescimento de volume total captado nos anos seguintes.

TABELA 6 – Montante total de recursos captados junto às agencias de fomento no período de  2004 a 2006.

Montante de recursos captados nos respectivos anos
Ag. de fomento

2004

2005

2006*

FAPEMIG

R$ 1.597.055,25

R$ 2.157.289,72

R$ 4.669.912,00

CNPq

R$ 1.481.098,20

R$ 2.568.205,90

FINEP

R$ 665.000,00

R$ 1.000.000,00

total

R$ 3.743.153,45

R$ 5.725.495,62

R$ 4.669.912,00

*montante total de recursos concorrendo ao Edital Universal 2006 da FAPEMIG.

Considerando a captação pela Ufla em fontes públicas e privadas no período de 2004-2006  o valor ultrapassa os vinte milhões de Reais, como pode ser visto na figura 2.

Figura 2: recursos financeiros captados pelo Departamentos Didático-Científicos da Ufla, no período de 2004 a 2006.

A captação de recursos para a pesquisa pela instituição está diretamente relacionada à capacidade do corpo docente em produzir projetos de pesquisa inovadores e com estrutura adequada para concorrer em editais de fomento de diversas agências. Nesse sentido a PRG já realizou (entre 2004 e 2006) três cursos específicos para professores da instituição visando o treinamento na elaboração de projetos de pesquisa, tanto para agências públicas quanto para captação junto à iniciativa privada. Em questionário de avaliação institucional aplicado aos professores da UFLA 56% consideraram como adequado (conceitos ótimo, muito bom ou bom, gráfico 17.3, anexo 1) o apoio institucional para a elaboração/redação de projetos. Tais ações devem ser continuadas para aumentar a competitividade dos docentes na captação externa de recursos.